Corretagem sem propósito 

Mesmo com o mercado imobiliário se expandindo ano após ano, a corretagem de imóveis vive, em boa medida, uma crise de propósito, e sim, precisamos falar disso. 

Por que isso é importante? 

Como humanos, somos uma máquina de procurar sentido nas coisas. Sem entender o real propósito daquilo que fazemos, simplesmente não entregamos o melhor. E a corretagem meus amigos, é o jogo para entregar não só o seu melhor, mas sim o que há de melhor disponível, ou seja, o desafio é gigante.

Mas afinal, o que é propósito? 

O que pra alguns é apenas um objetivo ou meta pessoal, entendo que propósito é algo maior e que envolve mais pessoas. Resumindo, seria mais ou menos isso: Colocar à disposição do mundo, de um jeito único, alguma coisa que você realmente seja bom e gosta de fazer. 

O melhor dessa história é que na corretagem você pode ajudar as pessoas com a primeira necessidade delas, que é a moradia, e ainda ser muito bem recompensado por isso. A questão é que não adianta só “gostar” de fazer, pelo tamanho dos desafios, para ser corretor de imóveis tem que se apaixonar de verdade pelo negócio.

Porém, quando olhamos para o quadro geral do nosso mercado nos deparamos com uma legião de “vendedores de sonhos”, que fico sempre na dúvida se estão empenhados em vender uma “experiência dos sonhos”.

Vale lembrar que não vendemos imóveis e sim a experiência de se achar um imóvel; não somos o final de jornada e sim o meio. Pensando nisso, basta fazer uma pesquisa simples nas “estrelas” do Google para ver o quanto os clientes estão com um baixo nível de percepção de valor sobre as experiências que tiveram com as empresas do nosso segmento.  

Quais os prejuízos a má experiência do cliente pode trazer para as imobiliárias e corretores:

  • Dificuldade em agendar uma nova visita;
  • Repercussão negativa para amigos;
  • Tentativa de redução na comissão;
  • Falta de reciprocidade e confiança por parte do cliente; 
  • Aumento do custo de aquisição do cliente;
  • Desgaste emocional para funcionários e parceiros; 
  • Diminuição das vendas.

Mas o que propósito tem a ver com a experiência do cliente?

Tudo! Uma organização que não cavou internamente qual é o seu jeito único de ser e qual é o problema específico que ela resolve, irá continuar a atrair colaboradores e parceiros corretores que buscam apenas um benefício melhor ou uma comissão mais arrojada, o que acaba refletindo no baixo desenvolvimento interno e na qualidade de entrega para o cliente final. Quando você junta a empresa que a princípio só existe para gerar riqueza para o dono com pessoas que só querem pagar as contas do mês, não tem experiência boa que resiste no longo prazo. 

Propósito e prosperidade devem andar juntos, só não podemos esquecer que eles fazem parte do fluxo dinâmico e universal do “dar e receber”. Quanto melhor for a qualidade e intensidade da nossa entrega, melhor será o nosso “receber”. O que chamamos comumente de sucesso é apenas o fluxo da “volta” sendo ativado. 

Mantenha o seu foco no “dar” e faça essa pergunta todos os dias: “Estou dedicado a entregar o que há de melhor para o meus clientes e parceiros?”

E não se preocupe, se o seu “receber” não veio na hora que você desejava, faça o melhor e ele virá com juros depois. 

Como encontrar o seu propósito? 

Existe um jeito de fazer corretagem para um público específico que só você sabe como fazer. Encontre este jeito raro e coloque ao dispor dessas pessoas. Não é uma busca simples, mas é necessária se você não quiser navegar em águas turbulentas onde todos trabalham tudo e acabam não agradando a ninguém. 

Um mundo de corretagem com propósito

Nas minhas andanças por grandes, médias e pequenas imobiliárias, umas das coisas que mais me chama a atenção é como o senso de propósito do dono faz diferença na energia do grupo inteiro.  

Benefícios do propósito para as imobiliárias: 

  • Atração de novos parceiros;
  • Facilita a comunicação interna e externa;
  • Motivação das equipes internas;
  • Aumento da energia do dono ou lideranças. 

Quando gestores e corretores começarem a se unir, porque acreditam nas mesmas coisas ou no mesmo propósito, tenho fé de que não só os negócios irão aumentar, mas também a satisfação de fazer parte desse mercado.

Texto: João Lacerda/HeadTrainer – Instituto Rampa

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